sábado, 22 de abril de 2017

A BELA CIDADE DO PANAMÁ!

Cinco de séculos de história e uma cidade em constante progresso rumo à modernidade. Uma mistura de um passado interessante com um futuro promissor, ainda que conviva com graves problemas sociais. Eis um resumo do que é a Cidade do Panamá, capital do país localizado na América Central. 

A Skyline da Cidade do Panamá - setor moderno- impressiona.
Em termos turísticos, a Cidade do Panamá pode ser dividida em quatro regiões de interesse: "Panamá Moderno", "Casco Viejo" (ou "Casco Antíguo", ou ainda "Centro Histórico"), "Panamá Viejo" (ou "Velho Panamá") e o "Canal do Panamá"

O Canal do Panamá já tem postagem específica no blog. Veja aqui.

Vamos começar pela história da cidade, sintetizada em dois belos locais da cidade, o "Panamá Viejo" e o "Casco Viejo".

A Cidade do Panamá foi fundada em 15 de agosto de 1519.  A fundação do povoado é consequência do descobrimento, pelos espanhóis, do Mar do Sul (hoje Pacífico) em 1513. Na época, foi batizada como "Nossa Senhora da Assunção do Panamá", sendo o primeiro assentamento europeu da costa do Pacífico nas Américas. No local, apenas havia uma vila de pescadores. Durante mais de um século, as riquezas trazidas principalmente do Peru passavam pela Cidade do Panamá antes do destino final, que era a "metrópole" europeia.

Panamá Viejo foi o primeiro local colonizado pelos espanhóis. Hoje, há ruínas em um belo parque. Ruínas que mostram que ali existiu uma cidade colonial interessante, composta de igreja, praças e ruas de traçado ortogonal. Apesar do saque do pirata Morgan em 28 de janeiro de 1871, muitas ruínas permaneceram de pé, entre elas as pontes do Matadero e Del Rey, os conventos de Mercês, São Francisco, Companhia, Santo Domingo e São José, o convento de monjas da Concepção, o Hospital São João de Deus, a Catedral, as Casas Terrín e Alarcon. Tudo isso foi declarado patrimônio mundial da UNESCO em 1997. Foi, enfim, uma das cidades coloniais com maior atividade comercial durante os séculos XVI e XVII. 

A antiga Catedral. Ruínas de Panamá Viejo. Foto: Rodolfo Aragundi. CC BY-SA 2.0.

Destruída a velha cidade colonial do Panamá (hoje representada pelas ruínas de Panamá Viejo), construiu-se, dois anos depois (21 de janeiro de 1673), uma nova cidade colonial em um local mais adequado. A construção coube ao então governador Antonio Fernandez de Córdoba, que inaugurou uma nova cidade em uma península natural rodeada de recifes, situada oito quilômetros a oeste da primeira. É o que hoje conhecemos como "Casco Viejo" da Cidade do Panamá, também declarada patrimônio mundial da UNESCO em 1997. 

O Casco Viejo estava inteiramente sob muralhas já no século XVIII. As ruas também tem um perfeito traçado ortogonal. Vale dizer que, curiosamente, embora tenha história mais antiga, o atual traçado urbano do Casco Viejo data do final do século XIX e primeira metade do século XX, já que três grandes incêndios no século XVIII (1737, 1756, 1781) e quatro no século XIX (1864, 1870, 1874, 1878), destruíram a maioria dos edifícios antigos da cidade intramuros. 

Entre os destaques do  Casco, naturalmente as igrejas merecem uma menção especial. A Catedral, situada na Praça Maior, tem uma fachada interessante e duas altas torres brancas. A Igreja das Mercês (Iglesia de La Merced), teve sua frente construída por pedras trazidas pelo Panamá Viejo. O ponto alto, no entanto, é o soberbo altar de ouro da Igreja de São José. Outros lugares religiosos dignos de nota no Casco são as ruínas da Igreja Companhia de Jesus, as ruínas do convento e Igreja de Santo Domingo, o Oratório de San Felipe e Néri e o Convento e Templo de São Francisco.

Igreja de La Merced, no Casco Viejo.
O belíssimo altar de ouro da Igreja de São José, um dos mais bonitos do mundo.

Catedral Metropolitana. Casco Viejo. Foto: Wikimedia Commons.

Belo casario colonial do Casco Viejo.

O belíssimo Casco Viejo.

Igreja de São Francisco. Casco Viejo.


Outra interessante observação no Casco Viejo são as muralhas, que outrora serviram de defesa da cidade colonial. Rodeiam a Praça da França e sua Bovedas (sistema defensivo), onde antes se situava a Porta de Chiriquí e os restos da fortaleza Mano de Tigre. Sobre os restos da fortaleza "Porta da Terra" se construiu a mansão Arias Feraud, ocupada atualmente pela Prefeitura.  A antiga contadoria ou Casas Reais converteu-se, após sucessivas restaurações, no Palácio da Presidência, e o cabildo no atual Palácio Municipal, situado na Praça Maior.  Três edíficios são mais modernos: Museu Interoceânico, Palácio Nacional e Teatro Nacional. 

Praça da França no Casco Viejo.

Bovedas.
Vale dizer, hoje muitas casas do Casco Viejo - destaque para a Casa Góngora, estão em processo de restauração, com o objetivo de recuperar a paisagem urbana da primeira metade do século XX.

Por fim, vale trazer aqui o Panamá Moderno. A Cidade do Panamá desenvolveu-se seguindo o litoral. Desde o Casco Viejo, a Avenida Balboa, costeira, conduz até Punta Paitilla, lugar em que se agrupam arranha-céus ao estilo Dubai, Honk kong e Nova Iorque. 

"O Parafuso" ("El Tornillo"), prédio de banco no setor financeiro, em forma helicoidal.
A recuperação das terras que pertenciam ao Canal do Panamá e, consequentemente, das mãos dos Estados Unidos da América, possibilitou novos assentamentos populacionais na cidade e abertura de locais emblemáticos, como o "Passeio do Amador" (Amador, ou melhor, Manuel Amador Guerrero, foi o primeiro Presidente da República do Panamá, entre 1904 e 1908), um estreito pedaço de terra que une o continente com as ilhas Perico, Flamenco, Naos e Culebra. O local é bastante agradável, servindo para as atividades físicas dos panamenhos, além de ter um duty-free. Perto, destaque para o Biomuseo, com uma arquitetura diferenciada em sua fachada.

O Passeio do Amador tem o tradicional letreiro.

Biomuseo. Foto: F. Delventhal. In: Wikimedia Commons.

Toda grande cidade tem um pulmão. O da Cidade do Panamá é o Parque Natural Metropolitano, com seus 265 hectares de bosques.

O Panamá Moderno tem ainda magníficos hotéis (destaque para o impressionante Hard Rock Megapolis), prédios emblemáticos (além do próprio Hard Rock, merecem destaque o "Parafuso" e o Hotel Trump), restaurantes, cassinos (aos montes), museus, centros de convenções. Uma cidade bacana. 

Perto do Canal, destaque para o Mirante de Las Américas, com uma homenagem à presença chinesa no Panamá, um belo local com uma maravilhosa vista.



Outras informações

Hospedagem: 

A recomendação básica é ficar em hotéis nos bairros de Marbella ou El Cangrejo, de onde é mais fácil se deslocar pela cidade. Hotéis indicados: El Panamá (cassino também, próximo ao metro Iglesia del Carmen), Panamá Marriot, Intercontinental Miramar Panamá, Windham Veneto (cassino também, próximo à estação de metrô Iglesia del Carmen).

O Trump Ocean e o Hard Rock Hotel Megapolis ficam na região mais rica da cidade, mas deslocamento por ali só de carro ou ônibus.

Existe um hotel localizado no complexo do Albrook Mall, o principal shopping da cidade - é o "Windham Panama Albrook Mall". Pode ser interessante para quem gosta de compras no Albrook, além de ser possível utilizar o metrô e os ônibus da cidade, já que ali é uma estação grande e bastante utilizada pelos panamenhos. 

Avaliações de hotéis no "Trip Advisor".

Compras:

Para compras, o mais "barato" (não é tão barato assim...) é o Albrook Mall, imenso complexo que consome um dia inteiro de caminhada no seu interior. Os shoppings Multiplaza, Multicentro e Metromall não são indicados. Los Pueblos é um centro comercial mais em conta, mas há riscos de furtos.

Julho e dezembro são as épocas com preços mais acessíveis, já que os panamenhos recebem mais dinheiro nesses meses (o décimo-terceiro).

Vale a pena comprar bebidas alcóolicas no Panamá. Impostos baixos.

No aeroporto, alguns preços de perfumes são interessantes.

A Zona Livre de Colón não costuma ser indicada. Vendem mais para atacado, se comprar no varejo o preço fica quase igual ao da Cidade do Panamá. Não pode sair com produtos de lá diretamente, ou seja, entregam no porto ou aeroporto para despacho. Não abre sábados, domingos e feriado (no carnaval, por exemplo, não abriram nenhum dos quatro dias, de sábado à terça). E é ainda um local super perigoso. 

Panamá não é o paraíso das compras (exceto para bebidas alcoólicas). Estados Unidos ainda é a meca dos preços de grife em conta.

Metrô: 

Inaugurado em abril de 2014, o metrô do Panamá ainda está em expansão. Atualmente, abarca somente o Albrook Mall (o maior shopping da cidade) em sua linha 1 (e única).

Há uma perspectiva de expansão de linhas que englobaria inclusive o aeroporto internacional. Seria uma excelente medida para a cidade e um incremento para os negócios locais. 

Mapa do Metrô da Cidade do Panamá.
Outras dicas:

- Embora a moeda do país seja o Balboa, utiliza-se dólar em tudo. Balboa, aliás, só nas pequenas moedas - não há notas desse padrão monetário.

- No Casco Viejo não andar nos arredores de San Felipe, uma região considerada muito perigosa e que faz divisa com o centro histórico.

- Táxis costumam dar golpes. Por exemplo, diz que a corrida é 5 dólares mas, na verdade, é 5 dólares por pessoa, o que dá dez, se forem duas pessoas, ou quinze, se forem três. Taxistas de rua também costumam pegar outros passageiros e desviar da sua rota - peça o rádio táxi pelo hotel.

- O trânsito em dia comum é terrível, principalmente para se ir ao aeroporto. Tenha em mente ser melhor sair da cidade aos sábados, domingos e feriados.

- O ônibus hop on, hop of não me pareceu uma boa opção na Cidade do Panamá. As distâncias são longas, o número de veículos em circulação é pequeno. Dê preferência a um passeio de city tour com alguma pessoa de confiança, fica mais em conta. 

- O Panamá é um ótimo hub para as ilhas caribenhas - há ofertas de voos para Aruba, Punta Cana, Cuba, entre outras ilhas.

Da Cidade do Panamá para outros locais (passeios de um dia)
  
San Blas é o destino mais bonito, embora o passeio seja um pouco difícil. Veja aqui. 

As agências fazem passeios para compras na Zona Livre de Colón, com duração média de 6 horas.

Há passeio também para se conhecer a comunidade indígena Emberá. É um passeio ecológico que visita ainda o Parque Nacional Chargres.  

Passeio também bem conhecido é o de 8 horas no Canal do Panamá, entre o Atlântico e o Pacífico.  

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